sábado, 28 de setembro de 2019

Fichas do Património Empresarial Caldense do Sec. XX: SEOL

Surgiu em 1948[1], criada pelas companhias Hidroeléctrica do Alto Alentejo, Eléctrica das Beiras e Reunidas de Gás e Electricidade.
Objectivo: fornecer energia eléctrica ao consumo doméstico e industrial dos concelhos da área emergente do Oeste.
A Seol comprava energia em alta tensão àquelas companhias produtoras e vendia-a em baixa tensão aos consumidores finais.
A sede era nas Caldas, nos chamados prédios do Viola, onde também habitava o pessoal qualificado da empresa.
Começou por abastecer Porto de Mós e Batalha. Houve que proceder à montagem de uma linha entre Porto de Mós e Caldas, de forma a substituir aqui a pequena central, localizada junto á linha do caminho de ferro, na Rua da Electricidade, que produzia energia para a cidade. Essa linha passava também por Alcobaça e prolongava-se até à Várzea de Óbidos. Mais tarde chegou a Peniche, Lourinhã e Cadaval e, para norte, à Marinha Grande.
Particularmente importante era chegar a Peniche, cidade abastecida por uma pequena central a gasóleo que não tinha capacidade nem fornecer emergia às habitações e muito menos às indústrias de frio e conservas. Estas fábricas tinham geradores próprios, que funcionavam deficientemente.
Nos prédios do Viola, na rua Fonte do Pinheiro, funcionavam escritórios e oficinas. Um sector administrativo ocupava-se de contratos e contabilidade. Um sector técnico de projectos de extensão de linhas, concepção das subestações e a montagem dos postos. A distribuição de baixa tensão supunha linhas de média tensão, a instalação final de contadores e um serviço eficaz de manutenção e reparação de avarias. O pessoal das oficinas efectuava a construção das estruturas, só se adquirindo no exterior os isoladores cerâmicos.
As subestações armazenavam a energia adquirida. Eram, nos anos 60, quando a empresa começou a crescer com a procura industrial e da rede de frio para o sector hortofrutícola e das pescas, sobretudo dois: em S. Jorge (para a energia adquirida à Hidroeléctrica do Alto Alentejo e das Beiras) e na Sancheira (para a energia comprada às Companhias Reunidas do Gás e Electricidade).
O crescimento deste sector teve impacte na economia, na vida quotidiana e no ensino secundário. A formação de electricistas ganhou lugar importante na Escola Técnica das Caldas da Rainha. Os tecnicos da SEOL asseguraram o ensino, em regime pós-laboral, naquela escola escola secundária.


[1]Fonte: entrevista com Ernesto Ferreira Arroz, a 20 de Junho de 2007

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