terça-feira, 12 de setembro de 2017

Um prato de Brennand numa colecção particular

Como alguns leitores da minha página no facebook se terão apercebido, a publicação do post anterior, relativo à obra em espaço público de Francisco Brennand no Parque dos Poetas em Oeiras, originou uma reacção do meu amigo, colega - e atento leitor - José Luis de Almeida e Silva. Que ele era conhecedor da obra de Brennand eu sabia, como aliás o referi no tal post. Visitou em datas distintas a Oficina do artista em Recife, fotografou as suas obras nesse espaço e registou imagens do parque de esculturas e dos painéis que o pintor e ceramista assinou junto ao porto e no aeroporto do Recife, respectivamente.
Pois o que eu não sabia é que, na sua colecção particular, produto das suas andanças pelo mundo, José Luis detém um prato de porcelana pintado por Francisco Brennand em 1954. Mais: trata-se de um prato cujo significado o próprio Brennand fez questão de esclarecer a José Luis de Almeida e Silva, quando questionado sobre ele. Com a devida autorização do seu proprietário e testemunho agradecido da sua generosidade, aqui fica a imagem do prato e o teor da declaração de Brennand a seu respeito.



Francisco Brennand
18 de Agosto de 2011

Prezado Sr. Jose Luis de A. Silva

Com muita satisfação estou a responder vossa indagação sobre um prato de porcelana com pintar da minha autoria realizado em 1954, logo após o meu retorno da Europa.
Nessa data, estava sendo comemorado em Recife o Bi-Centenário [de facto o Tri-Centenário] da Restauração Pernambucana, sendo eu convidado pelo director do Museu do Estado, Dr. José Maria Albuquerque, para realizar uma exposição sobre o tema assinalado, ou seja,, as sucessivas batalhas travadas contra os holandeses, no século XVII, que terminaram com a expulsão definitiva do rico e bem armado invasor holandês.
Na época pintei pratos e placas sobre porcelanas - meu pai, Ricardo Lacerda de Almeida Brennand, possuía uma fábrica, fundada em 1947 e fechada em 1968 - todos alusivos à Restauração Pernambucana.
Podeis estar certo de que é uma peça autêntica, com minha assinatura  e data no verso, e, passado tanto tempo, se trata de uma obra rara.

Atenciosamente.
Francisco Brennand

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