Não preciso de recuar até ao episódio que levou ao nosso conhecimento para justificar o apreço e admiração que tenho por José Meco. De facto, o primeiro plano desta estima é intelectual e tem por alvo o historiador de visão ampla, o estudioso incansável, o investigador persistente. José Meco acumulou ao longo de quase quarenta anos de trabalho, um saber sólido, assente na pesquisa documental e no contacto directo com as peças, que, servido pela sua sensibilidade e argúcia, fez dele uma autoridade ímpar no domínio do azulejo e das artes decorativas portugueses. Mas a sua erudição soube evitar a distancia e o isolamento humanos, temperar a especialização com uma espantosa capacidade de estabelecer relações, encontrar nexos entre informações, factos, espaços e tempos.
No pouco que, para lá do testemunho da sua obra, tive de convívio com o autor, deu todavia para rapidamente testemunhar também as qualidades pessoais que os seus amigos relevam: a disponibilidade, a amabilidade, o trato cuidado e atento.
Recentemente, vicissitudes de projectos em que fomos envolvidos em simultâneo, permitiram que nos reencontrássemos no Bombarral. Pouco depois, oportunidade que não podia perder, tomei conhecimento de que se preparava, por iniciativa dos Amigos do Museu Nacional do Azulejo, uma homenagem ao historiador de arte. Foi um privilégio participar nessa sessão tão justa e calorosa e rever-me nas palavra que, por todos, dirigiu a José Meco, outro historiador de eleição, o Prof. Vítor Serrão. E, mais recentemente ainda, pude ouvi-lo em Oeiras, cidade onde nasceu e vive, falar da história da arquitectura e da arte da água no concelho.
Jose Meco: Uma Vida Dedicada ao Azulejo. Depoimentos em Homenagem.Coordenação de João Pedro Monteiro Lisboa, Amigos do Museu Nacional do Azulejo, 2017 |
Registo aqui este feliz reencontro e a minha admiração pela sua notabilíssima obra de estudo, divulgação e valorização do património azulejar, e, em geral artístico e decorativo português.
João B. Serra
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